Os aplausos da platéia,
toda aquela vibração,
sempre novas gargalhadas,
sempre mais animação!
Eu queria ser de circo,
conhecer os bastidores,
que a platéia nunca vê
ver de perto os domadores,
ver as focas amestradas,
ver a jaula do leão.
ver a cara do palhaço
sem pintura e fantasia,
faz a barba todo dia.
Lá no circo, eu imagino,
quanto for que os contente,
um montão de algodão doce,
guaraná e cachorro-quente. Isso sim que é profissão,
não conheço outra melhor.
E é isso que vou ser,
assim que ficar maior.
Só não sei o que faria,
que função ia escolher,
pois um circo é variado,
tanta coisa tem pra ser...
O trapézio é maravilha,
só que está longe do chão,
e engolir faca ou fogo,
não é boa ocupação.
O arame é muito estreito,
eu podia escorregar,
o leão é muito bravo,
é melhor não arriscar.
Tem também malabarismos,
mas não sei como fazer.
E um emprego de gigante,
qualquer um não pode ter.
Ser mágico eu não quero,
eu seria incapaz,
pois um truque perde a graça,
se eu souber como se faz.
Para empregos como esse,
eu seria um fracasso.
Só me resta uma saída:
eu vou mesmo é ser palhaço!
Poema do livro: Cavalgando o arco-íris - Pedro Bandeira
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